quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Momento Espírita - Perfume de Gratidão


 Perfume de gratidão

Jovem e idealista, ela partiu de sua terra natal, a Suíça, para ajudar a reconstruir a Polônia, depois da Segunda Guerra Mundial.
Ela assentou tijolos, colocou telhados, levantou paredes. Até o dia em que um homem cortou a perna e lhe descobriram os dotes para a medicina. Aí, junto a duas outras voluntárias, que tinham conhecimentos de medicina básica, foi servir num improvisado posto médico.
Certa noite, em que suas colegas tinham se deslocado para atender pessoas em outra localidade, ela ficou sozinha. Tomou o seu cobertor, enrolou-se e deitou sob a luz das estrelas.
Nada haverá de me acordar, hoje. Estou morta de cansaço.
No entanto, um pouco depois da meia-noite, um choro de criança a despertou. Ela pensou estar sonhando e não abriu os olhos. O choro voltou a lhe chegar aos ouvidos.
Meio dormindo, ainda, ouviu uma voz de mulher:
Desculpe acordá-la, mas meu filho está doente. Você precisa salvá-lo.
Bastou Elisabeth olhar, de forma rápida, para o garoto de três anos para descobrir que ele era portador de tifo.
Explicou para a mulher que não tinha remédio algum no posto. A única coisa que podia lhe oferecer era uma xícara de chá.
A mulher cravou nela os olhos, com aquele olhar que somente as mães em desespero possuem:
A senhora tem de salvar meu filho. Durante a guerra, nos campos de concentração, morreram doze dos meus filhos e este nasceu lá. Ele não pode morrer. Não agora que o pior já passou.
Elisabeth tomou uma decisão. Se aquela mulher andara tantos quilômetros para chegar até ali, se ela vira serem mortos uma dúzia de filhos na guerra e ainda tinha ânimo para rogar pela vida do único afeto que lhe restava, ela merecia todos os sacrifícios.
Tomou da criança e, com a mãe, caminhou trinta quilômetros, até encontrar um hospital. Depois de muita insistência, conseguiu que a criança fosse internada.
Mas havia uma condição: somente depois de três semanas, elas poderiam retornar para saber notícias. Afinal, o hospital estava cheio e os médicos atolados de tarefas.
Elisabeth voltou para as atividades do seu posto médico e tanto trabalho teve nas semanas seguintes, que até esqueceu o garoto.
Certa manhã, ao despertar, encontrou ao lado do seu cobertor, um lenço cheio de terra. Abrindo-o, viu, junto com a terra, um bilhete: Para a pani doutora.  Da senhora W.  Cujo último dos treze filhos você salvou, um pouco de terra abençoada da Polônia.
O menino estava vivo.
Um grande sorriso se abriu no rosto cansado de Elisabeth.
E ela compreendeu o que acontecera. A mulher andara mais de trinta quilômetros até o hospital e apanhara ali o seu filho vivo.
De Lublin, levara-o de volta até o povoado onde vivia. Pegara um punhado de terra do seu chão e tornara a andar muito para deixar, quieta, sem perturbar, na calada da noite, o seu presente de gratidão.
Elisabeth Kübler-Ross guardou o embrulhinho de terra que se tornou para ela o presente mais valioso que jamais recebera.
*   *   *
A gratidão é perfume acondicionado no frasco d’alma. As criaturas o deixam evolar-se, de forma sutil, envolvendo aqueles a quem são gratos, numa aura de bem-estar.
Naturalmente, ninguém realiza o bem esperando agradecimento mas, quando a gratidão se manifesta, é como a brisa que abençoa a tarde morna com sua presença.
Refaz corações e aumenta a disposição para novas realizações, em prol do próximo.
O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte.
                                                                        Emmanuel - Chico Xavier

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Momento Espírita - Terapia contra o medo



Terapia contra o medo

O medo, até certo ponto, é uma reação natural perante aquilo que desconhecemos e se expressa por variadas formas no dia a dia.
Causam-nos medo a expectativa de um acontecimento desagradável, a surpresa perante uma situação difícil que não sabemos como enfrentar, ao menos no primeiro momento.
Também a expectativa por uma resposta que talvez seja negativa pode nos provocar certo receio, que pode se transformar em ansiedade controlada.
Também existem os medos de fantasmas, de tormentas, do escuro, da água ou do fogo que, quase sempre, são resultado do período infantil e que ainda não conseguimos vencer.
Mas existe um outro tipo de medo. É esse receio que se agiganta e nos leva a um estado de grande ansiedade, por acontecimentos pequenos ou até de simples expectativas.
Tal estado gera taquicardias, calafrios ou suores abundantes. Tudo demonstrando um desequilíbrio psicológico.
O medo desfigura a realidade. Coisas insignificantes se agigantam e se avolumam, fazendo-nos ver muitas situações distorcidas.
No Rio de Janeiro, uma senhora muito rica precisou, certo dia, ir ao costureiro provar um vestido novo para uma festa. Seu carro estava na oficina. Ela telefonou ao marido e lhe disse:
Bem, estou saindo agora. São três horas da tarde. Vou chamar um táxi porque acho mais seguro. Deverei estar de volta em torno das seis horas. Se eu não estiver de volta até esse horário, por favor, me procure.
Ela vivia atemorizada pela violência. Temia ser assaltada, sequestrada, maltratada. Por isso, tinha todos esses cuidados.
Chamou o táxi, foi até o ateliê de alta costura, provou a roupa, conversou com amigas e retornou para casa em outro táxi.
Quando saltou do carro em frente à sua casa e deu alguns passos na direção do portão, percebeu que um homem a observava de forma estranha.
Seu coração começou a bater violentamente. Ela olhou para trás. O táxi já desaparecera na esquina. Deu mais uns passos e o indivíduo a seguiu.
Ela começou a sentir pavor. Deu meia volta, apressou o passo na direção da rua. Alguém, com certeza, haveria de vê-la e socorrê-la, salvá-la daquele homem que deveria ser um assaltante, um ladrão.
Percebeu que ele continuava atrás dela. Começou a correr. O homem também correu e gritou:
Ei, sua boba, onde é que você vai? Sou eu, seu marido!
* *  *
A mais excelente terapia contra o medo e a ansiedade é a confiança em Deus, que criou a vida com objetivos elevados.
Reflexionemos com calma a respeito do medo e busquemos as suas causas, passando-as pelo crivo da razão.
Sejam, porém, de que ordem forem as causas do medo, exercitemo-nos mentalmente, nos processos para a sua eliminação.
Oremos a Deus, entregando-nos a Ele, em atitude dinâmica e nos disponhamos a enfrentar qualquer situação com pensamento otimista.
Guardemos a certeza de que Deus vela e guarda as nossas vidas.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Momento Espírita - Vida

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Vida

A vida humana é cheia de surpresas, de altos e baixos. Um dia estamos felizes. No outro, a tristeza nos chega porque perdemos o emprego, o salário não aumentou, a tarifa do ônibus subiu de preço.
Sentimo-nos tristes porque queríamos assistir a uma peça de teatro e não conseguimos o ingresso. Programamos um belo passeio no final de semana e a chuva resolve aparecer, com todo seu vigor, acabando com nosso programa.
Por todas estas coisas e outras tantas, muitas vezes nos queixamos da vida e nos sentimos cansados de viver.
Seria interessante que pensássemos um pouco a respeito do valor extraordinário da vida, do presente maravilhoso que é viver.
A respeito, encontramos um belo poema de Gabriel Garcia Marquez que diz mais ou menos assim:
Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente pensaria em tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais parassem. Acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e saborearia um bom sorvete de chocolate.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes: “Te amo, te amo, te amo.”
Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado de amor. Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar pela vida.
A uma criança lhe daria asas. Mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês, homens.
Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta, com sua pequena mão, pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre.
Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro, de cima para baixo, para ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês. Ah! Se Deus me desse um pedaço de vida.
*   *   *
Viver no mundo é experiência inigualável. A cada dia, durante vinte e quatro horas, se renovam as oportunidades de progresso e felicidade.
Perceber que elas nos são colocadas, diariamente, para o aprendizado do amor, o exercício do bem e o crescimento individual, cabe a cada um.
Comecemos observando o sol a despontar e pensemos que Deus está a nos brindar, neste dia, com a bênção da vida para que possamos, outra vez, experimentar o convívio com nossos irmãos, o aprendizado intelectual que nos engrandece e, especialmente, a chance de ser feliz.

O encontro - Tom


domingo, 20 de maio de 2012

Momento Espírita - Cuidados de Deus

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Cuidados de Deus
 
O hábito de reclamar é muito difundido.
Em toda parte, as criaturas reclamam.
Filhos em relação aos pais, cônjuges entre si, patrões e empregados, vizinhos, amigos e meros conhecidos.
Reclamões não faltam.
Já pessoas genuinamente gratas são um tanto raras.
Quem presta atenção no que falta costuma não notar o que tem.
Esse mau hábito é especialmente triste em se tratando da Divindade.
Porque Deus é o Senhor do Universo.
Dele procedem todas as bênçãos e oportunidades.
Ele cria todos os Espíritos e lhes viabiliza existências incontáveis a fim de que se aprimorem.
Cerca-os dos mais ternos cuidados.
Providencia-lhes corpos, vidas e amores.
Inclusive cuida de boicotar seus desatinos mais graves, para que não se compliquem em excesso.
Entretanto, curiosamente, os homens ainda se sentem no direito de reclamar do Eterno.
Imaginam ter direito a mais do que recebem.
Desejam tranquilidade, riqueza, poder, fama e beleza.
Contudo, nesse querer fantasioso, esquecem-se de notar e agradecer o muito que recebem.
Olvidam a bênção dos tempos de paz, nos quais podem perseguir seus sonhos.
Não valorizam a família na qual nasceram.
Os pais que lhes cercaram os primeiros passos de cuidados.
As escolas nas quais foram matriculados.
Os professores que os instruíram.
A saúde do corpo, a existência em um país pacífico, os amigos...
Acham natural possuir tantos tesouros.
Ocorre que nem todos podem desfrutar simultaneamente dos mesmos dons.
A vida na Terra constitui uma estação de aprendizado.
Nela, as experiências variam ao Infinito.
Há os que experienciam a saúde, enquanto outros vivem a enfermidade.
Os com facilidades materiais e os de vida mais modesta.
As posições se alternam no curso dos séculos.
O papel de cada homem é ser digno e fraterno na posição em que se encontra.
Utilizar os tesouros que recebeu da vida, a fim de crescer em talentos e virtudes.
E, especialmente, entender que o próximo é um irmão de caminhada.
Ele também deseja ser feliz e viver em paz.
É igualmente um filho de Deus.
Tendo isso em mente, urge repensar os próprios hábitos.
Identificar os inúmeros cuidados recebidos de Deus.
Ser grato por todos eles e cessar de reclamar por bobagens.
Quanto à gratidão, ela tem uma forma muito especial de se manifestar.
Consiste no amparo ao semelhante em estado de sofrimento ou abandono.
A bondade para com o próximo é uma forma de gratidão que o homem pode oferecer ao seu Criador.
Pense nisso.